China começa a abandonar estratégia da “covid zero"Vacina bivalente contra covid-19 deve ser restrita aos grupos de risco no Brasil

Nos últimos dois anos, o programa da OMS e da Gavi entregou mais de um bilhão de vacinas contra a covid-19. Durante este processo, precisou contornar a preferência das farmacêuticas e fabricantes em venderem os imunizantes para os países de alta renda. Nesse processo, muitos países esperaram meses para receber as primeiras doses na pandemia, especialmente as nações que estão no continente africano.

Baixa demanda por vacinas contra a covid-19

No momento, o possível encerramento do consórcio Covax Facility deve ocorrer pela baixa demanda por vacinas contra a covid-19. Hoje, algumas nações, como o Brasil, produzem os próprios imunizantes, o que é possível através da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e do Instituto Butantan. As negociações diretas com as farmacêuticas também avançaram. Enquanto isso, outros países simplesmente não têm mais demanda, mesmo que estejam com baixo porcentual da população vacinada. Na África, apenas 26% da população recebeu as duas doses da vacina contra a covid-19, segundo a plataforma Our Worldometer. A OMS orienta que a coberta seja maior que 90%.

Projeto da OMS de distribuição de vacinas contra a covid deve acabar?

O encerramento do Covax Facility deve ser decidido nas próximas semanas, mas as nações de baixa renda não devem ficar completamente desassistidas caso queiram vacinas contra a covid-19. Pelo menos, esta é a ideia inicialmente desenhada. Os imunizantes do coronavírus SARS-CoV-2 devem ser integrados no programa global de distribuição já existente de vacinas diversificadas, incluindo fórmulas para idosos e crianças, da Gavi. Com ampla atuação, a aliança é financiado por diferentes entidades, como a Fundação Bill & Melinda Gates. Dessa forma, os 54 países que já recebem apoio anual da Gavi no fornecimento de imunizações poderão receber também imunizantes contra a covid-19, caso desejem em 2023. As doses poderiam ser usadas como reforço em pessoas com mais de 65 anos, indivíduos com comorbidades e profissionais da saúde. “A proposta atual é integrarmos o trabalho do Covax na Gavi — não fechando, mas integrando”, pontua Seth Berkley, chefe-executivo da Gavi, para o jornal The New York Times. Fonte: NYT, Gavi e Our Worldometer