Robôs inspirados em pássaros batem asas e podem caçar dronesCientistas criam robô humanoide capaz de voar como o Homem de Ferro
Segundo os cientistas, essa nova técnica permite que um robô alado bata as asas para aterrissar autonomamente em um poleiro horizontal, utilizando apenas um mecanismo parecido com a garra de uma ave para segurar uma haste fina de metal ou madeira. “Um pássaro pousando em um galho faz a manobra parecer a coisa mais fácil do mundo, mas, na verdade, o ato de pousar envolve um equilíbrio extremamente delicado de tempo, forças de alto impacto, velocidade e precisão. É um movimento tão complexo que nenhum robô de asas foi capaz de dominá-lo até agora”, explica o pós-doutorando em engenharia Raphael Zufferey, autor principal do estudo.
Robô ornitóptero
Esse robô ornitóptero (com asas) possui um computador e um sistema de navegação que utiliza um dispositivo externo de captura de movimento para determinar sua posição no ambiente. Uma garra calibrada com precisão consegue segurar um galho e absorver o impulso no momento do impacto com a superfície. Com essas características, o bot é capaz de desacelerar significativamente enquanto se empoleira. A garra é forte o suficiente para se prender no galho e suportar o peso do robô, ao mesmo tempo em que é leve o bastante para ser mantida no ar durante o voo. “Essa é uma das razões pelas quais optamos por utilizar uma única garra em vez de duas. Além disso, nosso robô ornitóptero consegue perceber seu ambiente e o poleiro à sua frente em relação à sua própria posição, velocidade e trajetória”, acrescenta Zufferey.
Aplicações no futuro
Segundo os cientistas responsáveis pelo projeto, o robô tem potencial para realizar tarefas complexas e específicas, como coletar discretamente amostras biológicas, fazer medições em uma árvore ou pousar em estruturas artificiais em ambientes fechados e ao ar livre. A capacidade de pousar em um poleiro também pode fornecer uma maneira mais eficiente para os ornitópteros — que, como muitos veículos aéreos não tripulados, possuem uma vida útil de bateria bastante limitada — recarregar usando apenas energia solar para realizar missões de longo alcance. “No momento, os experimentos de voo são realizados em ambientes fechados, pois precisamos ter uma zona de voo controlada e com localização precisa do sistema de captura de movimento. No futuro, gostaríamos de aumentar a autonomia do robô para realizar tarefas de empoleiramento e manipulação ao ar livre em um ambiente mais imprevisível”, encerra Raphael Zufferey. Fonte: EPFL